MARIA AUGUSTA DE MEDEIROS
Nasceu em Caruarú, em Pernambuco.
Residente em Brasília
MEDEIROS, Maria Augusta de. Rudá. 7 anos de Amor. Capa e gravuras: Rudá Cabral de Medeiros Barros. Prefácio: J. Saulo Ramos. Brasília, DF: 1990. 128 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
NÃO QUERO VER VOCÊ CHORAR
Duas gotas de luz brilharam
nos seus olhos,
cheios de inocência
vestida de santidade.
Estrelas pequeninas
iluminando a noite que
ocupava o lugar da tarde
que morria.
Meu coração ali também
chorava, tal pássaro
ferido reagia em vão.
A dor cruel que me dilacerava
era a minha companheira que
se despedia, enquanto isso a
solidão chegava.
Mais uma mentira de vida,
silente me abraçava,
a seresta da dor que a lua
acompanhava.
O meu pobre sonho
envergonhado se escondia...
Você levava consigo a
minha última migalha de
crença que existia.
Porém, eu lhe havia
prometido, ouvindo o canto
do pássaro ferido que transformava
a minha dor em notas de
alegria, mas elas fizeram
desabrochar as rosas da
ironia e desengano.
De quem perdeu os remos
do barco da Esperança
vendo emergir seu mundo e
as suas caras
lembranças.
Diante da platéia que
que foi minha fantasia, meu
sonho se acabava.
Só a saudade ficou
nesse cenário, a sua imagem
surgiu extasiada e eu
vi amargura que somente
a solidão ficava.
28/12/1988
A SEMENTINHA
Estava enterrada
Dormindo seu soninho
E quando acordou
Esticou o galhinho...
Choveu, o sol brilhou
Cresceu, cresceu, cresceu, cresceu
Ficou lindo e cheio de flores
Entre elas cantava um passarinho.
Rudá.
10/03/1989
MEDEIROS, Maria Augusta de. Dois Amores. Brasília, 1977.
64 p Ex. bibl. Antonio Miranda. Doação do livreiro Brito, DF.
Cidade de Olinda, Pernambuco.
Foto: https://www.maladeaventuras.com/
OLINDA
É tão distante que eu te vejo, Olinda
Na tua imagem calma e sonhadora,
Tua ternura é a beleza infinda
Dessa bela saudade imorredoura.
Foste o meu sonho de felicidade,
Teu céu, teu mar, de ondas tão bravias
Em ti Olinda está toda a verdade
E as ilusões dos meus mais belos dias.
A tua história secular tem fim
Tem a magia sutil da redenção,
A sé, o Mosteiro, a Igreja do Bomfim...
Berço da glória, paz e tradição
Nesta lembrança que revive em mim,
És a prece do amor, minha oração.
MEDEIROS, Maria Augusta de. Poeira de Sonho. Capa: Vera Lúcia Penteado e Borges. Brasília, DF: Empresa Gráfica e Jornalística Horizonte, 1975. S. p. Ex. cortesia do livreiro Brito, DF.
CANDANGO
É a você querido retirante nordestino
Que venho trazer uma palavra de afeição
Filho adotivo do Doutor Juscelino.
Sangue que circula no meu coração.
O estio e a fome nos afastam do nordeste;
Mutilando nossa forças e nossas entranhas,
A espera que o Céu derrame a lágrima celeste
Nos impõe procurar terras estranhas.
Aqui paramos, a mercê da própria sorte;
Na luta insana por sobreviver;
Nada nos resta além do espírito forte
Herança de um povo que aprendeu a vencer.
Curvo-me aos pés desses heróis analfabetos
Que deixaram no Planalto as marcas gloriosas;
E parabenizo os poetas e grandes arquitetos
Q
ue o ferro e a argila transformaram em rosas.
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Página publicada em maio de 2023
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